MÚSICA ELETRÔNICA - HIRLANE CRUZ

 



https://elcabong.com.br/as-noitadas-de-salvador-nos-anos-70-80-90-00/ 

A aula de música eletrônica a mim me tocou como uma prática de experimentação sonora. 

O professor nos trouxe uma referência de programa para que possamos realizar estas "experimentações sonoras"...seria como, segundo ele "Olhar para o mundo da criação sonora como um campo de exploração que possa ativar lados da nossa criatividade ainda não explorados"...ativando através de diversas plataformas e múltiplas abordagens...o SUNVOX seria uma destas plataformas.

Também nos revelou algumas denominações desconhecidas para mim - A demoscene, que seria uma comunidade de artistas que trabalham com música eletrônica; o software tipo tracker, que seria um tipo de interface de criação musical; Além de pincelarmos sobre as ambições do mainstream e das grandes gravadoras versus acesso fácil e primor que a cena independente busca orientado pela ética do "faça você mesmo".

Ele trouxe um texto primoroso, que ainda preciso ler e ouvir todas as referências - AFROFUTURISMO Cinema e Música em uma Diáspora Intergaláctica - A partir desse texto fomos descobrindo os estilos desenvolvidos nessa comunidade e as influências destes estilos em outros lugares. Como o Drum´bass que influencia o funk americano e dub jamaicano, o Glitch Hop como sendo o primeiro estilo popular eletrônico de origem.

A medida que ele iria falando sobre a linguagem do dub, a dependência dos aparelhos (efeitos de ecos, reverbes, gestos de mixagem, os filtros...) como fazendo parte dessa linguagem musical, nascendo essa "interação com máquina", eu tive uma memória afetiva muito grande lembrando do que rolava em Salvador na minha adolescência, e da forte influência do DUB nas ruas e vielas de Salvador - https://elcabong.com.br/as-noitadas-de-salvador-nos-anos-70-80-90-00/ - Encontrei esse artigo que me fez rememorar muitos lugares frequentados durante a minha adolescência, e lembrar de bandas como DIAMBA, Dois Sapos e Meio, Ataraxia que em alguma menina sempre se utilizaram na natureza do DUB ou até do que glitch hop para contemplar suas criações. 

Essa natureza afrofuturista é muito interessante. Pensar que a relação da tecnologia com a música africana, que não estuda os conceitos da música europeia, é pensar também em uma reconexão com o som, um retorno a criação, mais sensorial, sem sequer a mediação pela anotação. 

Essa aula me fez reconectar com muitas memórias afetivas e também me surpreender ao compreender as origens destas sonoridades e como tanta gente massa bebeu destas fontes primorosas. Obrigada!




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