ARDUÍNOS E ARTE. CONSTRUINDO VISUALIZAÇÕES (ou criando sensações). - Danielle Giron

Que tal aproveitar latinhas de alumínio , transformá-las em pequenas placas, dispor tudo em um quadro em que cada uma dessas placas se move conforme uma câmera se move como as da imagem? Esse é um dos projetos que se utiliza de sensores para proporcionar uma experiência visual única – ou diversa, melhor dizendo.
A arte contemporânea que, a partir dos anos 60 passou a ter mais ênfase na experiência de “instalação” . Até então a arte era unicamente para ser visualmente apreciada, sem maiores possibilidades de interação. Com as instalações, ampliaram-se as possibilidades artísticas, porque além do espaço estendido da obra, antes unidimensional, e agora combinada inclusive com o local da exposição, com dimensões estendidas – abriu-se a oportunidade de combinar aparatos e mecanismos e permitir a fruição da obra pelo antes apenas espectador.
“Yes painting”(1966), de Yoko Ono (artista plástica). Obra que John Lennon (ex-Beatle) teria visitado, pouco antes de conhecer a artista que se tornou sua parceira até o fim. (Ribeiro, 2007) A valorização da experiência de fruição da obra criou o campo que permitiu que, com a popularização da informatização iniciada a partir do anos 80, fossem ampliadas as experiências no campo das artes, através dos computadores. 
O registro de eventos da natureza, antes restrito a aparelhos estáticos, estendeu-se para diversos campos na arte, nos espaços físicos e virtuais e a junção destes, inclusive, onde ela se manifesta. A arte computacional começou a ganhar força e se popularizar de verdade a partir dos anos 2000, com a criação dos dispositivos chamados arduínos. São placas de tamanho mínimo, um hardware, com uma plataforma “open source” - que tem código aberto – muito utilizado para prototipagem eletrônica . Essa plaquinha vem com uma linguagem de programação e, com o tempo, tornou-se de utilização bem simples e barata. Com elas, podem ser criados sensores que, ligados a alguma forma de visualização (telas ou projetores), ou mesmo a própria obra. 
Há uma grande variedade de placas, a depender ad sua especificidade ou funcionalidade, como por exemplo o Arduino Nano, o menor de todos, o Lilypad que pode ser costurado a roupas, o Arduino Mega que possui mais entradas e saídas para conexão com periféricos, o Arduino BT com conexão bluetooth, entre outros (Neto, 2020). Estes sensores se prestam a todo o tipo de medição: de movimento, luz, cor, temperatura, umidade, partículas de fumaça no ar. A partir deles pode-se obter uma infinidade de leituras, com as quais trabalham os cientistas, mas também os artistas. 
Um sensor de movimento, acoplado a um sensor de voz cria uma projeção de bolinhas em uma parede e conforme emissão vocal, as bolinhas saem de maiores ou menores movimento seja mais rápido ou feito para uma determinada direção, as bolinhas podem se mover na tela ou parede, para as mesmas direções, saltar, interagir com o observador, como sombras projetadas, como nesse vídeo:
Ou esse, dos 400 guarda-chuvas projetados para dançar como pássaros:
Há sensores que podem estar ligados os batimentos cardíacos e alterar uma música, ou mostrar vídeos da navegação à Vela (Salvador-Maragojipe), à medida em que os visitantes “cavam pedras”, ou tocam em dispositivos, como na exposição “Do Mar para o Rio”, apresentada no MAM (Video Mapa Sensorium, 2017) , onde aparece nossa querida professora Karla Brunet: 
Até a próxima!

 

Bibliografia

Neto, R. F. (2020). Arte com Arduino: a utilização de microcontroladores em. Fonte: cercomp.ufg.br: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/777/o/Arte_com_Arduino_-_Raymundo_Oliveira_-_77.pdf

Ribeiro, S. (2007). Yoko Ono exibe em SP obra que ‘fisgou’ John Lennon. Fonte: globo.com: https://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL176712-7084,00-YOKO+ONO+EXIBE+EM+SP+OBRA+QUE+FISGOU+JOHN+LENNON.html


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