ARTE E IMAGEM DE SATÉLITE - HIRLANE CRUZ

   Esta aula me fez refletir sobre novas possibilidades de uso de ferramentas de expressão aos quais não havia pensando, como também questionamentos sobre direito autoral.

  Desde que foi criado o Google Street View, em 2016, nos auxilia na comodidade de mapear nossas possibilidades de deslocamento, através do acesso aos territórios mapeados, mas também nos faz considerar sobre questões de vigilância, privacidade e, como falei, autoria. 

   Eu tenho um interesse de fazer um projeto fotográfico que demonstre as distintas formas de organização espacial externas dos comércios a depender da sua localização nos bairros da cidade, divididos por classe social. Apresento-lhes um recorte dessa perspectiva: Sobrepus as imagens retiradas do Google Street View de comércios localizados nos bairros do Nordeste de Amaralina, Liberdade e Caminho das Árvores.

   Se observarmos, os comércios populares, imageticamente falando, se sobrepujam no sentido que, o público destes bairros estão mais interessados em visualizar os produtos antes mesmo de entrar nas lojas. Diferentemente de bairros menos populares, onde, por vezes, eu até senti uma dificuldade de compreensão do que se vendia naquele comércio, necessitando por ordem primária o acesso ao interior para se revelar sua ordem de venda.

   Logo, as imagens que nos 'saltam aos olhos' de maneira geral são oriundas destes bairros, periféricos, onde se prioriza que o produto se encontre interna e principalmente externamente. Onde se mantém poucos espaços de circulação e acesso, inclusive não disponibilizando estacionamento e onde, claramente isso também oriunda da própria estrutura do bairro que cresceu de maneira desordenada dentro da cidade, revelando uma questão estrutural. 

   Este na verdade, é somente um recorte inspiracional que me fez refletir sobre as várias possibilidades criativas, através do uso de imagens que já dispomos em larga escala, transformando em um produto capaz de questionar, discutir e também trazer um pouco de iluminação criativa para o já existente, já palpável, já consolidado dentro do cotidiano.